sábado, 17 de novembro de 2012

Sonho de um romântico


Oh linda menina

Pareces um sonho
Eu guardo o desejo
De brincar com teu corpo

Tocar tua pele
Molhada da chuva
Cessar os seus lábios
Com um tímido beijo

Vislumbrar seu rosto
Num banho de lua
Ouvir suas histórias
No silêncio da rua

Encostado em teu colo
Sonhando acordado
Olhando as estrelas
Definindo o que é amar

O que é amar...


Oh linda menina
De olhos castanhos
Tua feição é tão terna
Teus sorrisos errantes

Teu coração puro
Abriga minha calma
Acalenta meu corpo
Adormece minha alma

Deitado em teu colo
Ficaria pra sempre
Pedindo ao sonho
Para nunca se acaba

Nunca se acabar...

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Embaralho

20 de outubro de 2012.

Era uma tarde de sábado, quando uma dúvida me invadiu. Ela veio devagarinho com o vento a lhe conduzir, repousou em uma mesa vermelha, embaralhando as cartas da amizade e do amor. Estaria eu apaixonado por uma de minhas amigas, ou seria um blefe do coração? O jogo é perigoso e arriscado. E agora? Levanto-me da mesa e mantenho o já que tenho, ou tento a sorte? O tempo diz, o tempo me disse, o tempo vai me dizer.




















Embaralhei amor e amizade 
O que estou pra sentir ? 

Será um blefe da carência 
Ou a paixão dando uma cartada ?


Vida, vida que segue 
Um eterno jogo de cartas

O que vou decidir ?

Será que ponho minhas fichas ?
Essa aposta é muito alta

Penso a respeito 
Mais confuso fico 

Quais são as minhas chances ? 
Quais os meus riscos ?

De beirar loucura  
Ou estar lúcido como nunca

De partir dois corações "
A dois 


Embaralhei amor e amizade 
O que estou pra sentir ? 

Será o sorriso da inocência  
Ou um jogo de cartas marcadas ?

Vício de jogar
Ou a sede de vencer ?

O que está por vir?

Nesta mesa vermelha 
Disposta entre destinos


Penso a respeito 
Mais confuso fico 

Quais são as minhas chances ? 
Quais os meus riscos ?

De beirar loucura  
Ou estar lúcido como nunca

De partir dois corações "
A dois

Ou juntá-los.

domingo, 23 de setembro de 2012

Moça bonita

Hoje trago algo um pouco diferente de minhas composições. Um poema, rebuscado pelo meu bisavô em seu livro "No Brasil, quando anoitece..." que acredito datar por volta de 80 anos atrás.

Exponho pra vocês o meu poema favorito, entre os tantos que este cidadão de Vitória de Santo Antão-PE, escreveu nos seus curtos 38 anos de existência (
1909-1947).


Moça bonita 

por Henrique de Holanda

Presos nesta fita
fez bem em prendê-los
O vento, insensato,
deseja-os roubar !
Ô moça bonita
praquê tais cabelos ?

        " - Pra botar extráto, 
         pra meu bem cheirar"

Parecem de louça
dois lagos, escólhos;
tristeza; esplendor...
não me olhe, moça!
Praquê estes olhos ?

       " - Pra ver meu amor!"

Pequena! tão pouca!
"siá" moça não mente,
é ouro de lei
praquê esta boca ?

       " - Pra bei... justamente
       hum-rum... eu nem sei"

Saber eu preciso:
bem aqui pra nós,
baixinho, no ouvido,
praquê este riso?
Praquê esta voz?

      " - Para o meu querido" 

Adeus. Mas... insisto:
esta alma tão nobre
onde o céu se esconde...
... não corra! Só isto:
sú alma praquê?
A moça se encobre
e o eco responde:

      " - Pra guardar você!..." 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Tudo resumido a um abraço

08 de agosto de 2011, Belo Horizonte.

Parece que não é necessário um "adeus" para remexer as emoções. Num memorável dia de inverno, senti um simples "até logo" romper minha compostura num choro desenfreado, num abraço cujo aperto era de quem não queria soltar nunca mais.

Era saudade que se antecipava. Saudade da linda família que me acolheu de braços e corações abertos, durante 12 dias de férias. Saudade dela, da mulher mais forte, de mais personalidade que um dia eu conheci. A irmã que nunca tive, a menina de gestos carinhosos, dos sorrisos largos, mas de sinceridade, de coração meigo e valente.

A cada peça roupa que eu punha na bolsa, mais tornava-se latente a dor da partida. E de repente, me dava conta que a distância, mais uma vez, estava por me privar de sua presença. Foi quando as lágrimas entraram em cena, e não havia jeito de às segurar.

Na despedida, as palavras sumiram, e um doce abraço emergiu dentre as lágrimas, resumindo tudo num gesto de carinho, numa lembrança que guardo, e guardarei comigo até os últimos dias de minha vida.


Tive saudade antes de partir

Tive vontade de não te soltar mais

Como pode ser tão forte assim
Um terno abraço imerso a mil lágrimas

No meio tempo que fiquei ai
Pude conhecer suas virtudes e defeitos

Nunca vi mulher tão forte assim 
Mas que chorou junto os meus braços ao se despedir 

Na bagagem eu guardei a doce lembrança desse abraço 
Até hoje, todas as noites eu a aperto entre meus braços (entre meus braços) 
Para reviver aquele momento tão lindo, tão lindo (tão lindo, tão lindo)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

With you by my side - Vídeo e Tradução



Quando o sol estava brilhando
Em meu coração aberto
A vida era tão linda
Com você ao meu lado

Quanta inocência
você tinha em seus olhos?
Ser feliz era tão fácil
Com você ao meu lado

Vem as nuvens da memórias
Iniciando uma chuva no céu
Os campos ficando mais verde
No meu sonho, ao seu lado

Estaria a distância
Satisfeita?
Você vive em meu sorriso
No meu sonho, toda noite

Tola distância
Não existem barreiras para o amor
Você esqueceu que eles vivem em meus pensamentos
Andando através das memórias, ao meu lado

A esperança não vai desaparecer da alma
Eu sinto como se ouvisse sua voz
Ressoando pelas paredes da minha casa

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Medo de morrer

Seria muito conveniente, simplesmente fingir acreditar em céu, no paraíso eterno.

A finitude da vida, tem sido o assunto mais recorrentemente refletido, com minha cabeça sobreposta ao travesseiro. E posso confessar? Me amedronta. 


Sei que não é comum à uma pessoa de 20 anos de idade, estar discursando sobre tão delicado tópico, mas escrever e compartilhar meus medos sempre me ajudaram a compreendê-los melhor.


Pensar que a vida se extingue, pensar no momento de partir... me retorce os tornozelos, faz meus olhos gritarem de assombro. É como se um fantasma rondasse meus pensamentos e não deixasse o sono seguir seu curso.

Mas imaginar a vida eterna, é ansiar demais. É retirar a intensidade que faz a vida ser vida, é limitar o homem à sobrevivência.

Do outro lado do medo, eu tenho uma crença. A crença de que todos somos eternos enquanto vivemos, de que nós deixamos a nossa marca no mundo através das nossas atitudes e do amor que semeamos entre as pessoas. Somos eternos por aquilo que escolhemos ser e fazer.

A morte? Não passa de um último sono, o descanso de uma vida que se esvaiu, mas que brilhou intensamente, como uma linda e majestosa estrela, que um dia padeceu.

sábado, 25 de agosto de 2012

O que você esconde por trás dos olhos?




O que você esconde por trás dos olhos ?

Por que os esconde de mim ?

Eu não sei do que és capaz

Me mostras tão pouco

No seu tom de voz 

Na expressão do seu rosto

Eu sei, há algo mais

Que ainda não decifrei

Segredos me intrigam 

Um dia eu descobrirei

O que você esconde por trás dos olhos ?

Por que os esconde de mim ?

Eu notei um tempo atrás 

No segurar dos pulsos

Omites alguns fatos 

Apertando-os por segundos

Eu sinto lá no fundo 

Além da timidez

As janelas da tua alma 

Te entregaram outra vez

O que você esconde por trás dos olhos ?

Por que os esconde de mim ?

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Um lugar para escutar o canto da deusa

21 de agosto de 2012, 17:11. Casa, Recife, Pernambuco.

Sentado, com os dedos sobrepostos ao teclado do computador, e um copo d'água no canto da mesa. Dia árduo de trabalho, entre planilhas e e-mails. Digita, copia, cola, envia, cria, liga...


Devagar, a atividade do corpo começa a diminuir, e a fadiga convida-me para alguns momentos de descanso e distração. E qual distração é párea para nossa querida rede social, o "Facebook" ?


Então, vagarosamente vou rolando a barra lateral, e dando aquela famosa varredura no "Feed de notícias". Eis que aparece-me o seguinte anúncio:


"Ingressos para Evanescence começam a serem vendidos hoje".

Logo que meus olhos perpassaram essas palavras, de imediato levantei-me, coloquei uma calça, uma camiseta, embolsei a carteira, o celular, e zarpei o mais rápido que pude, para o ponto de venda mais próximo (Shopping Center Recife).


A ansiedade era flagrante, apertei o passo e fui o mais depressa que podia. Finalmente chego a meu destino, e desembolsando 70 reais da carteira, pude palpar o tão sonhado ingresso 
que me concederia um lugar para escutar o canto da deusa. Sim, a Deusa.


A Deusa Amy Lee, a detentora da voz mais linda que esse mundo já presenciou, a voz que parece ressonar na alma, com um timbre doce e melancólico, puro e sincero.


Realmente, só uma deusa conseguiria tal proeza.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Garota artificial

Vou hoje lhe contar uma história. A história de uma menina, que se iludiu, e viveu por um mundo de mentiras.

Era uma vez uma menina
Que nasceu num berço de mentiras

Folheado a ouro 
Ele reluzia o mimo que um dia a cegaria

Ah se ela soubesse o que é amar


Já na escola ouvia todos os meninos 
A chamarem de linda

Aos 13 anos, bolsas e roupas de grife 
Pra se exibir às amigas

Ah se ela entendesse o valor da vida


Ela cresceu, e se tornou 
Uma exuberante mulher

Em seu belo corpo 
Muitos e muitos rapazes se perderam

Mas por dentro não se via nada  
Com suas poses de manequim 
E colares de prata

Mas por dentro não se tinha nada 
Só apenas o grande vazio 
Que a beleza ocultava

Garota artificial 
Garota artificial
Garota artificial

Você não me engana


Ela se vendia 
Pelo ronco do motor de um carro importado

Pela cor do dinheiro 
Que manchava a todo seu futil vestido

Ah se ela soubesse o que amar


Sorrisos falsos 
Apareciam entre suas fotografias

Tanta maquiagem 
Retirou a verdade de sua feição

E por dentro não se via nada
Com suas poses de manequim 
E colares de prata

E por dentro não se tinha nada
Só o zelo pelo status
E sua vida sem graça

Garota artificial 
Garota artificial
Garota artificial

Você não me engana

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Caldeirão semântico


Ao longo destes 3 anos que escrevo música, aprendi a reconhecer alguns sutis detalhes, que passariam desapercebidos aos meus olhos e ouvidos tempos atrás, principalmente no aspecto "letra", onde detenho um maior domínio e propriedade do que faço. 
Hoje em particular, falarei da "semântica".

Semântica, segundo o dicionário, "é a ciência que tem por objeto o estudo da relação dos significados. O estudo das palavras no que diz respeito a seus significados". Mas, vamos desmistificar isso um pouco e trazer para uma abordagem mais prática.


Quando você está cozinhando num grande caldeirão, cada tempero e condimento que você mistura no mesmo, irá produzir um novo sabor a seu prato. Cada tempero e condimento com suas características e propriedades singulares. Da mesma forma ocorre quando se está compondo, por assim dizer, o "gosto" da sua música vai variar a partir das palavras que você salpica no papel. 
Em canções doces, palavras de amor, figuras de linguagem delicadas. Nas apimentadas, doses de agressividade e rebeldia. Nas amargas, pitadas de melancolia, tristeza e desesperança.


Vou lhe dar mais insumos para você compreender o que estou tentando lhe passar. Perceba nas letras abaixo, como as palavras se inter-relacionam e vão juntas, constituindo um significado maior. 


Olhe com carinho as palavras sublinhadas em vermelho, pode-se sentir o incômodo, o desolo, o sofrimento carregado nelas, a angustia de quem quer arrancar um sentimento de dentro peito. Agora preste atenção nas sublinhadas em cor azul, como elas deram uma expressiva guinada no sentido, para transmitir aquele suspiro de uma pessoa imaginando como teria sido, se a outra não a tivesse rejeitado.


Observe as linhas em amarelo, como elas carregam em si a suavidade, a leveza, a fragilidade. As palavras sublinhadas em verde dão um toque especial, relacionando esse frágil amor com paisagens desérticas, oásis, miragens.

Os temperos estão a mesa, tenha sensibilidade, bom senso e muita inspiração para utilizá-los a gosto, neste caldeirão semântico. 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Faz o medo desaparecer em mim


Faz Assim
Faz melhor
Faz medo desaparecer em mim

Ressurgir 

Ah Eu vou
Reviver nas suas carícias
Nos seus carinhos


Cansar de dizer

O quanto eu amo você
Sentir o corpo suar
No relance de um olhar

No prazer, no calor

Do teu corpo sedutor
Em suas curvas deslizar
Até eu me perguntar: "pra que lado ? "

O mundo é dos apaixonados


Faz assim

Faz melhor         
Faz medo desaparecer em mim

Me fascina

Com seu dom                               
Que reluz uma pureza
O amor verdadeiro


Me ensina a viver

Ao meu ser conhecer

E se eu não deixar

Refute até eu desabar

Mande, não peça favor

Não quero aprender na dor

Sem você não sei viver                                                                     

Sem você sou um condenado

Ao exílio de um abandonado


Faz Assim

Faz melhor                       
Faz medo desaparecer em mim

Faz Assim

Faz melhor
Faz medo desaparecer em mim

Faz Assim

Faz melhor                       
Arranca isso logo de mim

* Essa música foi composta aproximadamente dois anos, acredito eu, a pedido do meu irmão, que na época tocava numa banda de pagode. Me levou pouco tempo, em uma semana estava pronta. Em geral, músicas românticas são mais simples de compor. Apesar do pagode não ser meu ritmo predileto, é sempre bom sair um pouco da sua zona de conforto.

sábado, 14 de julho de 2012

Amando em segredo

> Inspiração

Fiquei me olhando no espelho 

Fiquei me olhando procurando os meus defeitos
Admirando o que espero 
Ser o nascer de sentimentos desordeiros

Um sorriso no canto do rosto 

O abrandecer de um homem carinhoso 
A julgar pelo meu sossego
Começo a entender

Estou amando em segredo


Alvoreceu o brilho em meus olhos

Surrupiaram-me a tristeza 
Me retiraram do anônimato 
Só para cantar

Minha cara, minha querida  

Minha linda, minha vida
Meu futuro, meu presente 
Minha flor, minha semente

Diante de ti 

Eu irei revelar o meu segredo

Eu te amo



Fiquei me olhando no espelho 

Fiquei me olhando procurando os meus defeitos
Admirando o que espero 
Ser o nascer de sentimentos desordeiros

Um sorriso no canto do rosto 

O abrandecer de um homem carinhoso 
A julgar pelo meu sossego
Começo a entender

Estou amando em segredo 


Nossas vidas vibram 

Cada vez que elas se cruzam
Não é fantasia 
É o bater do coração

É um forte laço 

Que une-me a ti 
E de rima em rima 
Eu vou tentando lhe dizer

Que alvoreceu o brilho meus olhos

Desconhecendo a fraqueza
E Reluzindo em felicidade
Só pra lhe amar

Minha cara, minha querida  

Minha linda, minha vida
Meu futuro, meu presente 
Minha flor, minha semente

Diante de ti 

Eu irei revelar o meu segredo

(Escuta por favor)


Eu te amo

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Dançando em guerra


Baila comigo neste mundo cão
Traz um alento a este coração
Foge do ritmo das boas maneiras ensaiadas
Dos atos políticos comedidos e falsos

Disparos de vida

Perdidos em sonhos
Buscando os feridos
Numa realidade sem dono

Do medo contido

à guerra entre os homens
Os filhos famintos 
As migalhas de pão 

Baila comigo neste mundo cão

Dita o compasso da nossa oração
Foge do ritmo do frenético trânsito urbano
Dos palhaços de circo comandando o congresso

Disparos de vida

Perdidos em sonhos
Buscando os feridos
Numa realidade sem dono

Do medo das ruas 

Aos carros blindados
As crianças choram
Um futuro incerto

Disparos de vida

Perdidos em sonhos
Buscando os feridos
Numa realidade sem dono

Das balas perdidas

Às mortes no tráfico 
Jovens entorpecidos
Por uma vida miserável

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Amando em segredo

O sorriso sai mais fácil, o corpo parece mais leve, as pessoas mais felizes. Uma sensação invade o coração, como uma brisa suave que desliza sobre as folhas das árvores, trazendo em sua frescura, a paz e a alegria que tanto nos acalenta.

Mas ainda não compreendo, o que mudou? Será que...? Sim, sim. Um sentimento nasce, uma canção escapa aos lábios, sempre que lembro dela.

A julgar pelo meu sossego, começo a entender, estou amando em segredo.


Fiquei me olhando no espelho 
Fiquei me olhando procurando os meus defeitos
Admirando o que espero 
Ser o nascer de sentimentos desordeiros 

Um sorriso no canto do rosto 
O abrandecer de um homem carinhoso 
A julgar pelo meu sossego
Começo a entender 

Estou amando em segredo

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sr. Vício

Alguém está por bater a porta, mas quem poderia ser?
A noite já laçou a escuridão sobre os céus, e já adentra-se a madrugada.

Ah, é você outra vez.

Sente-se aqui para conversamos, amigo:


* Percebam que a música se encontra em forma de diálogo, a primeira pessoa em azul escuro, e a segunda pessoa na cor preta. 

Quem bate a porta?
Entre por favor amigo                
Sinta-se a vontade 
Pendure ali o seu capuz preto

O que lhe trouxe aqui? 

Venho dialogar com seus medos 
Trazer um breve alívio 
Que se torna dor ao passar do tempo

O que mais queres de mim
Se já deténs todos os meus segredos? 

Quero ofuscar seus sonhos
Possuir seu corpo e seus desejos

Olha o que você fez em mim
Agora os erros renasceram

E macularam os meus tempos de glória
Me encobriram com a sombra da derrota
E percebi que precisas ir embora
Mas você continua junto de mim

Quando pretendes parar
De sussurrar ao meu ouvido?
Já é tão tarde
Sei de có cada um de seus artifícios

Será que um dia verei 
Você apenas em um álbum antigo?
Folheando páginas turvas 
Sorrindo a toa dos acontecidos

Não irei te largar 
Entortarei o seu travesseiro
Enquanto me entreteres 
Com este leve desespero

Olha o que você faz em mim
De novo os erros renasceram

E macularam os meus tempos de glória
Me encobriram com a sombra da derrota
Insisti tanto para ires embora
Mas você continua junto de mim

Até a vista Sr. Vício

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O apreensivo calar das ruas

É noite na cidade. Os carros passam nas avenidas com seus faróis apontados para o horizonte, pedestres andam olhando de um lado para o outro, com a apreensão sufocante de quem quer logo sentir o conforto e a segurança de casa. Isso para aqueles que a tem.

Olhe! O espetáculo vexaminoso das nossas ruas está prestes a começar!

Num canto, as prostitutas ofertam seu corpo sob a pálida iluminação das lampadas incandescentes. Do outro, um podre e "xexelento" mendigo, com as vestes rasgadas, coberto por jornais, agarrado com a pinga na qual afoga suas mágoas e esperanças. Entre eles, um menino drogado escorado num beco, que vê sua infância e juventude ser-lhe tiradas pela impiedosa "Lei das Ruas".

Ande mais rápido! Ande mais rápido! Pois o silêncio da madrugada é o alerta vermelho.

E dessa tenebrosa atmosfera do caminhar nas ruas a noite, surge a mais nova composição:


Olhe para o lado pra não ser assaltado 

Olhe para o outro pra não ser atropelado 
Olhe na esquina o perigo temerário

Olhe para carros, condutores estressados 

Olhe para o beco, pobre menino drogado 
Olhe sem vergonha este patético cenário

Prostitutas ao canto 

Escuridão faz seu palco 
Luzes incandescentes 
Contrastando no asfalto 

Mendigo ao relento 

Com uma pinga agarrado 
Deitado na calçada
Sob o jornal do mês passado 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Crescer

Ontem, esconde-esconde, polícia e ladrão, bolinha de gude. Hoje livros, provas, trabalho. A infância com seu encanto nostálgico sempre lembra da maravilha de ser criança. O tempo encurta, o mundo nos força a crescer, tomar responsabilidades, criar independência. Mas quem disse que é fácil?

A pressa anda ao seu lado, medos precisam ser enfrentados, convicções tornarem-se atitudes, personalidade constituir força.


Como é difícil sair da inércia
da minha infância tão pura e singela

Como é difícil desprender de medos
que estão amarrados ao passado

Eu sinto
O chão tremer

Eu vivo
Num canto rodeado de preocupações

Vamos garoto !!!
Vamos garoto !!
Vamos garoto !

O mundo está chamando...
Cresça!
Não quero mais que obedeça...
Simplesmente porque estão lhe ordenando

Vibre !
Com o seu revólver de calibre 38 
Extermine argumentos tiranos


Como é difícil deixar uma festa
Pra conviver com o fantasma da pressa

Como é difícil prever o futuro
Oh linha do tempo cada vez mais curta

Eu crio
Um som, o meu
Destino
Abandonando a indecisão

Vamos garoto !!!
Vamos garoto !!
Vamos garoto !

O mundo está mudando
Cresça !
Não quero mais que você desça
ao nível de quem só vive mendigando

Grite !
Em um alto-falante, atire pedras,
dispare contra um sermão insano


Destrua tudo aquilo que te acorrenta
Na mesmice, no marasmo 
Corra, desfrute de sua independência 
Pois por você ninguém mais correrá

sábado, 12 de maio de 2012

Aventura de amor



Ei você

Sente nada e tudo ao mesmo tempo
Confuso fervor de sentimentos

Ei você

Vem viver comigo essa aventura (de amor, de amor)
Construir castelos de ternura
Wo ho wow

Libertarei esse amor do teu peito

Remendarei rachaduras com beijos
Passearemos num voo rasante 
Enxergando infinito, ao olhar o horizonte

Que selva negra de folhas cortantes

Serei o rio em que escoa teu sangue
A toda dor que margeia estes planos
Se transforme em amor num oceano de sonhos

Ódio ou amor?

Prazer ou dor?
Terá você que descobrir
Seu sentimento aguçará
Ao ponto de você explodir

Venha viver, se aventurar, se jogar

Pois do seu lado, estarei até o fim

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Democracia de tolos


Sem educação, a democracia não passa de mera ilusão.


Concedi o poder a velhos coronéis 

Que compram sua liberdade à troco de migalhas

Divulgo notícias modificadas de acordo

Com os interesses de quem patrocina o jornal

Mantenho conhecimento na mão de poucos 

Pois afinal não quero que saibam 

Sou a democracia de tolos


Depressa, levantem as mãos 

Lá vem eles, os representantes da nação
Escondendo seus esquemas fraudulentos em votos secretos

Governamos pro partido, foda-se o progresso


Negocio os cargos de ministério 

Os imbecis a comando da corrupção

Ninguém consegue provar o que já foi feito

Lá vem o STF com a absolvição

Enquanto isso o povo lá sentado

Vendo seu dinheiro e esperança

Escoarem pelo ralo


É eleição 

O circo está armado
Azul contra vermelho 
Demagogia pros otários

Marketeiro empregado

Horário obrigatório
Debate sem riqueza
Só me interessa o seu voto

Princípios denegridos 

Interesses exaltados
Tudo para manter
O meu fiel eleitorado

O qual não me conhece 

Não sabe quem eu sou 
Nasceu no sistema 
Que não o educou 

Depressa, levantem as mãos 

Lá vem eles, os representantes da nação
Escondendo seus esquemas fraudulentos em votos secretos

Governamos pro partido, foda-se o progresso


Quer um emprego no governo?

Eu posso lhe dar
Estabilidade permanente
Ninguém vai lhe cobrar

Vou inventar novos impostos

Criar novos cargos 
Pra ampliar a ineficiência 
Do aparelho do estado

Sou a democracia de tolos

De todos nós

terça-feira, 1 de maio de 2012

Quando os sentimentos lhe traem


Folha de papel espalhada a mesa, violão no colo esperando o dedilhar, canetas a postos para borrar e desborrar, riscar e delinear. É hora de compor. É hora de arremessar ao chão a suja sobrecasaca do dia-dia, que envolve, e espessa a pele, que esconde as verdadeiras emoções e nos protege do frio do desamor.

Os sentimentos começam a migrar. Eles, antes reclusos e escondidos nas profundezas do coração, emergem a pele, emanam do corpo o calor do "sincero eu". É quando finalmente a latência desse calor se intensifica e toma vida, acendendo a chama da alma que estava adormecida entre pressões e mentiras.

A alma, ainda sonolenta pelo seu repentino despertar, começa devagarinho a lhe cochichar os segredos, suas agonias e alegrias, suas fraquezas e virtudes. Confissões se misturam e se separam no fogo, que respinga verdade em palavras. As palavras vibram, a melodia, o ritmo e harmonia flamejam em brasa ardente.

O fogo cessa, e a alma volta a dormir. Quando se olha o chão, da antiga sobrecasaca não sobraram mais que meras cinzas. O lado bom? A leveza da verdade. O lado ruim? A sensibilidade. Sua face durona perdeu sua rigidez, a sua voz abdicou da imponência intimidadora, seus olhos renunciaram a olhares frios e indiferentes. Agora você está vulnerável, sua cara está dada a tapa para os dissimulados que fingem nada sentir.

São quando os sentimentos lhe traem. Mas pensando bem, pra que tentar fingir ou ludibriar? É melhor sofrer por aquilo que você é, do que viver na mentira que o mundo criou.

sábado, 28 de abril de 2012

O relicário de papel


Era uma noite fatídica e sem graça, o silêncio estava rondando a casa, e a solidão já começava o corroer os nervos. Inesperadamente, uma ligação no celular quebra o compasso da monotonia, era um convite para uma festa no centro da cidade.


Depois de um breve encontro com os amigos, e as "trocas de gentileza" costumeiras, lá estávamos nós, envoltos aos jogos de luzes que irradiavam a casa de festas. Dançando no ritmo da música eletrônica, percebeu-se um olhar entre a multidão, um olhar tendencioso, mas que eu não conseguia revidar.

Meus olhos desviavam, enquanto meu corpo parecia congelar. O coração batia freneticamente, misturando pensamentos num apanhado de nervosismo e inquietação. Eu não sabia no que pensar, não conseguia agir.


Um simples "oi" eu poderia falar? Não, é como se desejos estivessem presos em um frágil e delicado relicário, que trancafiava minhas ações e silenciava minha voz. Que guardava dentro de si cartas com súplicas apaixonadas e insensatas.

Será destino ou sonho? Será que um dia o relicário de papel irá se desmanchar?


Sempre sinto o que nunca demonstro 

Nunca faço, sempre me escondo

Renuncio aos meus desejos 

Sempre cobertos pelo mesmo encanto
De uma suave timidez

Um olhar me encolhe o corpo

Momento crucial em desencontro

Somi confiança em meu rosto

Se pudesses ver este coração pulsando
Por uma suave timidez

There is someone

who I can give my feelings 
Folded on a beautiful letter
Found between my heart and timidity

After all, i think what i've done 

What i have left on the floor

Leaving hopefulness amid the flowers

Cultivating a garden among the pains
Of delicate shyness


Only the love to release the fears

To free my eyes from the tears
Oh delicate shyness 

Ajoelhe-me ao conto do relicário de papel 

Com escritos enviesados de paixão 
Mantendo viva minha ansia de viver
Destino ou sonho?
O que preciso saber

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sacada da insegurança


A noite esfria

Um vulto passa
O meu silêncio

É o retrato de tudo que passei

a vida inteira procurando

O tempo conta as mentiras que inventei

O relógio marca o horário 
Da minha rotina sem fim

O Sol levanta

A esperança

Iluminando

A minha sacada 
Onde um dia eu pensei
Que nunca iria olhar pra baixo

Correr os riscos que um dia lembrarei

Perder o medo da altura

Quero me jogar daqui!


Sentir o vento perpassar meus cabelos

Desvendar a fórmula da loucura 
E divulgar seus segredos 
Sem ligar pra repercussão


Tingir o tempo 

Com as cores que anseio
Fazer o mundo ter sentido 
Outra vez

O que mudou?

Faltava amor
Faltava confiar no meu instinto sonhador

O que sobrou?

Sobrou a dor
De nunca ter pulado antes