quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Pedestal



















Finja ser santo 

Condene os outros 

Vire ateu 
Zombe da fé alheia 

Seja cristão 
Odeie os gays 

Reze bem alto 
Pela sua pobre alma 


Vamos cultuar a ignorância 
E colocá-la num pedestal 
Não importam quantas pessoas eu machucar


Torne-se um ativista político 
E feche os olhos para a corrupção 

Endeuse os velhos coronéis 
E aplauda de pé suas ambições 


Enrusta o seu racismo 
E mostre, imbecilidade nunca teve cor 

Disponha do arsenal de preconceitos  
Que a tantos já causaram dor 


Vamos cultuar a ignorância 
E colocá-la num pedestal 
Não importam quantas pessoas eu machucar


Pregue o evangelho 
Tente me converter

Me condene pro fogo do inferno 
Atiçando meu medo de morrer 

Depois recolha o dízimo 
De quem não tem o que comer 

Alimente-os de falsas esperanças  
De milagres que nunca irão ver


Vamos cultuar a ignorância 
E colocá-la num pedestal 
Não importam quantas pessoas eu machucar


Dedos sobre o teclado 
Comece a escrever 

Incite o falso moralismo
Compartilhe sua estupidez 

Prepare seu discurso
Seja o quão mais raso for 

Melhor para encantar a plebe 
Dando início a este circo de terror 

Onde palhaços e leões 
Se revezam entretendo a multidão

Machucando pessoas indefesas 
Celebrando a falta da razão 


Vamos cultuar a ignorância 
E colocá-la num pedestal 
Não importam quantas pessoas eu machucar