sábado, 28 de abril de 2012

O relicário de papel


Era uma noite fatídica e sem graça, o silêncio estava rondando a casa, e a solidão já começava o corroer os nervos. Inesperadamente, uma ligação no celular quebra o compasso da monotonia, era um convite para uma festa no centro da cidade.


Depois de um breve encontro com os amigos, e as "trocas de gentileza" costumeiras, lá estávamos nós, envoltos aos jogos de luzes que irradiavam a casa de festas. Dançando no ritmo da música eletrônica, percebeu-se um olhar entre a multidão, um olhar tendencioso, mas que eu não conseguia revidar.

Meus olhos desviavam, enquanto meu corpo parecia congelar. O coração batia freneticamente, misturando pensamentos num apanhado de nervosismo e inquietação. Eu não sabia no que pensar, não conseguia agir.


Um simples "oi" eu poderia falar? Não, é como se desejos estivessem presos em um frágil e delicado relicário, que trancafiava minhas ações e silenciava minha voz. Que guardava dentro de si cartas com súplicas apaixonadas e insensatas.

Será destino ou sonho? Será que um dia o relicário de papel irá se desmanchar?


Sempre sinto o que nunca demonstro 

Nunca faço, sempre me escondo

Renuncio aos meus desejos 

Sempre cobertos pelo mesmo encanto
De uma suave timidez

Um olhar me encolhe o corpo

Momento crucial em desencontro

Somi confiança em meu rosto

Se pudesses ver este coração pulsando
Por uma suave timidez

There is someone

who I can give my feelings 
Folded on a beautiful letter
Found between my heart and timidity

After all, i think what i've done 

What i have left on the floor

Leaving hopefulness amid the flowers

Cultivating a garden among the pains
Of delicate shyness


Only the love to release the fears

To free my eyes from the tears
Oh delicate shyness 

Ajoelhe-me ao conto do relicário de papel 

Com escritos enviesados de paixão 
Mantendo viva minha ansia de viver
Destino ou sonho?
O que preciso saber

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sacada da insegurança


A noite esfria

Um vulto passa
O meu silêncio

É o retrato de tudo que passei

a vida inteira procurando

O tempo conta as mentiras que inventei

O relógio marca o horário 
Da minha rotina sem fim

O Sol levanta

A esperança

Iluminando

A minha sacada 
Onde um dia eu pensei
Que nunca iria olhar pra baixo

Correr os riscos que um dia lembrarei

Perder o medo da altura

Quero me jogar daqui!


Sentir o vento perpassar meus cabelos

Desvendar a fórmula da loucura 
E divulgar seus segredos 
Sem ligar pra repercussão


Tingir o tempo 

Com as cores que anseio
Fazer o mundo ter sentido 
Outra vez

O que mudou?

Faltava amor
Faltava confiar no meu instinto sonhador

O que sobrou?

Sobrou a dor
De nunca ter pulado antes 

domingo, 15 de abril de 2012

With you by my side


Inspiração

When the sun was shining 

In my open heart 
The life was so pretty 
With you by my side

How much innocence

did you have in your eyes?
Being happy was so easy 
With you by my side

Come the clouds of memories

Starting a rain on the sky
The fields getting greener
In my dream, by your side

Would the distance 

be satisfied?
You live in my smile
In my dream, everynight

Silly distance 

There are no barriers for the love
You forgot they're living in my thoughts
Walking across memories by my side

The hope won't disappear from the soul 

I feel like listening your voice
Resonating through the walls of my house


* Primeira letra totalmente em língua inglesa. 

sábado, 14 de abril de 2012

Jogo da luta: incessantes batalhas

Determinação, garra, vontade, abdicar, superar, resistir, reagir, errar, levantar, focar, insistir, lutar.

A arte milenar que perdura através dos tempos, cravando em nossos peitos sagradas marcas de honra, ostentadas com orgulho na euforia de nossas conquistas.

Janeiro de 2010, Recife, Pernambuco.
Ansiedade toma conta, o corpo inquieta-se, e é difícil reclinar a cabeça no travesseiro para uma tranquila noite de sono. No amanhã, o resultado de todo um ano de esforço e dedicação. Era o tão esperado listão das universidades federais. Quanta agonia!

Depois de longas e solitárias tardes 
na biblioteca do colégio, estudando 4 horas diárias imerso a livros, revistas, exercícios, apostilas e anotações. Tudo resumido a aquele dia: a consagração ou a frustração. Um ciclo que se completa, ou um ano perdido.

E tão súbito quanto o sono chega, o despertar alerta: "É hoje, é agora!". Ainda cambaleando pela noite mal dormida, o rapaz senta-se em frente ao computador, para de forma definitiva acabar com a espera, e selar seus próximos passos. Com os dedos das mãos divididos entre a esperança e o receio, ele digita seu nome.

CLASSIFICADO. A doce palavra está bem ali escancarada diante de seus olhos. Mas ele não acredita de prontidão. Passa um minuto parado, estático, sem reação, não querendo comemorar sem a mais absoluta certeza. De repente, um mix de sorriso e choro transborda do rosto, e a recordação de todos aqueles dias de dedicação e superação logo emergem da memória.

O mérito da conquista inflama o orgulho, e ele começa a gritar ao mundo "Eu consegui!", apesar de tudo e todos, que tentaram fazê-lo parar.


Fraquejos que confessei aos anjos
Não posso transparecer
Luta que ofusca meus encantos
Vida quero vencer

Pressão da torcida ressoando pelo asfalto
Preparo contínuo, renegando o fracasso

Enxergo ao longe consequências do passado ao anoitecer
Fluxo repentino de memórias passageiras a me engrandecer
Entre escolhas e derrotas, consegui constituir minhas grandes vitórias

Armadilhas a espreita de um descuido
Injustiças a testemunhar

São testados ao extremo os meus limites

Uma jogada define !

Xeque-mate!

É a hora da verdade

Confiança!
Equalize a humildade

Doce voz!
Me liberte de meus vícios

Ao final!
Consciência sem resquícios de temor  

terça-feira, 3 de abril de 2012

O que é ser romântico?


Era uma manhã como outra qualquer. Despertador, banho, café da manhã, ônibus.  E lá estava eu, em minha jornada diária a faculdade. O transporte estava cheio, e progredia a curtas arrancadas pela avenida, no compasso do vagaroso transito urbano das 7 horas.

Eu ali com a minha mochila nas costas, braços erguidos, segurando-me entre a multidão, com meu longo e fino cabelo caindo aos olhos. Olhos fixos, e despreocupados, observando paisagem por paisagem passar pelas janelas, enquanto a mente entediada, vagava, buscando aquilo que lhe pudesse ser de interesse.

Quando perto do meu destino estava, pude perceber uma linda menina escorada em uma das tantas paradas percorridas. Longos, lisos e negros cabelos cobriam suas costas até o quadril, uma pele fina e branca destacavam seus olhos de um castanho suave, que reluziam em meio a um rosto corado e bem afilado.

Com tal beleza feminina, é difícil não despertar aquele interesse imediato, quase que instintivo. Comecei a reparar em mais detalhes, e pude avistar o que parecia ser uma pequenina caixinha de chocolate enrolada num laço azul, que ocupava toda a palma de sua mão direita.

A aceleração do ônibus afastou-me a visão, mas um pensamento insurgiu diante daquele singelo detalhe. "Como é errônea a figura que as pessoas fazem dos românticos. Ser romântico não é um entregar de flores, ou ainda de uma caixa de bombons. Vai muito além. O romântico entrega-se ao amor, para se entregar ao outro. Ele não só ama sua parceira, ele ama o amor, ele ama amar. Alguns ousam dizer que os românticos são ridículos, mas ridículo é quem os ridicularizam, é quem subjulga um sentimento tão intenso, tão cheio de vida, que não se contém dentro do corpo, e que não se resume a protocolados eu te amo." 

domingo, 1 de abril de 2012

Este enigma chamado eu

Uma lembrança, um verso solto
Um mensageiro dizendo o oposto
Com seus sentidos exauridos pelo esforço
Doce mistério intangível

Sou uma pessoa diferente, pra diferentes pessoas
Um livro desconhecido, reclinado na sua lousa
De conteúdo ambíguo, rebuscado pelo tempo
1,2,3 reescrevendo!

Sábio em assuntos alheios, leigo em meus próprios domínios
Um forasteiro errante, ludibriado por instintos 
Distorcendo minha rota para a felicidade

Como me intriga
Este enigma chamado eu

Quebra-cabeça
Que não toma forma

Suas palavras
Não terão efeito

Se divergirem da
Minha opinião

Relampejos de coragem em um completo blackout
Uma fagulha entre sonhos, ideais e realidade
Trazem os ventos outrora em meio a tempestade

Dentre os vários caminhos escolho sempre o mais árduo
Porque é o que mais valoriza cada passo por mim dado
Permanecem em meus bolso passwords nunca usados

Com me intriga
Este enigma chamado eu

Quebra-cabeça
Que não toma forma

Suas palavras
Não terão efeito

Se divergirem da
Minha opinião