terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A maior inimiga

Inspiração aparece.
Corre, corre! Eu não posso deixar escapar. Grava, escreve, canta... 

Para! O mar de idéias estabilizou.
É hora de esperar que a maré me traga um novo começo.

Mas quando virá? Daqui a 1 hora, 2 dias, 3 meses?

Olhe, olhe!
Esta é a hora! Hora da impaciência crescer, e se aliar à ansiedade.
Elas trazem consigo sua fiel pupila, a pressa

A maior das inimigas. Me faz perder os detalhes, e sussurra ao meu ouvido:
- Termine! Termine!


Calma e tranquilidade à apaziguariam, mas onde estão agora?

Movimentos mais rápidos, inquietação e sentimento incontrolável de que devo finalizar sem demora. 

De difícil convívio, é sempre um desafio ignorá-la enquanto se compõe, mas se faz necessário aprender.   

domingo, 29 de janeiro de 2012

Fio: uma linha separando vidas

Insegurança. Sentimento prendendo no peito. Veneno que em grandes dozes, pode nos cegar, pode nos matar. Às vezes, emergindo em ciúmes, outras numa ação impensada, ou mesmo timidez. 

Pobre confiança! Como sofre nas mãos dessa tal de insegurança. 
Castigada, maltratada, e inúmeras vezes testada.
Se ela não surportar tal provação, não for forte o suficiente, cairá.

Cairá aquela que é a força, é a base de todos os relacionamentos.


Sem ela: um namoro, uma amizade colorida, um casamento... Desmoronam, e se espalham em meio ao vento, como pequenos grãos de areia voando sobre o deserto. Só restando marcas de ressentimento.

Mas você pode encontrar o seu oásis. Basta confiar confiar no amor: um fio de vida.



Meu amor
é um fio de vida

Delicado, frágil, tão singelo
preso a dois eixos no meio do deserto
A incerteza remete a uma miragem
Dunas de areia ocultam um oásis

Tempestade se aproxima
O que se passa ó coração de menina
Desconfianças soergueram barragens
Perduram os tempos de seca na paisagem

O que posso/devo/faço/digo só quero lhe ter
Conversar, venha amar, segue seu curso coração
Um rio sublime semeando, semeando essa canção
Dois eixos contemplam um fio de vida, uma simbiose de calor 
Desabrochando as flores
da corda bamba do amor


sábado, 28 de janeiro de 2012

Metodologia: atrapalha ou ajuda?

Realizar uma mesma atividade por meses, anos e até décadas, faz você, mesmo que inconcientemente, desenvolver determinadas metodologias que facilitam e encurtam o seu trabalho.

Criando composições não é diferente, mas há um "porém". Se você não for cuidadoso, suas criações podem cair na "mesmisse", se tornar repetitivas e monótonas.


Como alguns já me confessaram fazer, eu não utilizo uma ordem formalizada para compor, exemplo: Primeiro eu faço a melodia, depois o ritmo e por último a letra. Ou então, primeiro letra, depois melodia e ritmo. 

A minha preocupação quando componho, é garantir a fluidez, a naturalidade da música. Não me importa o que vem primeiro, e sim se a emoção que desejo passar, seja transmitida na medida correta.

Mas também confesso, tenho meu próprios métodos quando estamos falando de "letra":

Escolha do tema
Se você quer falar de alguma coisa, logicamente você necessita saber "do que". A escolha do tema é uma fase importante. Minhas letras são carregadas de muito "eu", com intenção de passar mais verdade e sinceridade possível. Mas isso não significa que ao escrever, você deva seguí-lo(o tema) ortodoxamente até o fim. O rumo da composição pode mudar de uma hora para outra, e sua idéia original ir para o espaço. Como eu disse anteriormente, fluidez e naturalidade são essenciais.


Palavras jogadas e frases brutas

Com o tema escolhido, jogo várias palavras e frases relacionadas no conhecido "bloco de notas". Isso mesmo! Aquele simples programinha que você deve possuir em seu computador. Descorro a linha de raciocínio que quero seguir, e começo a transformar algumas frases brutas em linguagem figurada.

Assim como disse no tópico anterior, tudo pode mudar. Não se prende a uma coisa que pode melhorar.



Cantar e cantar, quantas vezes precisar

Cantar no banho, na sala, no quarto, com violão, à capella, alto, baixinho... Deve-se sentir a música. Deste jeito, consegue-se identificar possíveis erros e imperfeições, que podem ser aprimoradas.


Título por último

  Com a música pronta, tem-se total noção do que ela representa.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Meninas-anjo: como surgiu a mais querida

A maioria das pessoas que já tiveram a oportunidade de ouvir algumas das composições em meu canal no Youtube, quase sempre me dizem: "Nossa... adorei aquela música dos anjos"... "Ela é a minha preferida"...



Aqui, quero lhe mostrar como ela nasceu:

Era madrugada, todos a dormir, e um silêncio quase que absoluto. Em minha rede na varanda, deitado junto ao meu violão, dedilhava sem objetivo, e buscava um tema para uma nova canção. O telefone toca por duas vezes, eram duas das minhas melhores e lindas amigas. Trocamos palavras, confidências e conselhos por quase uma hora. E então, quando aperto o botão de desligar, percebo: "Como elas me fazem bem"... "Que doçura é essa, que tanto me acalma". Não interessava se estava triste ou alegre, cansado ou disposto. Uma simples ligação fazia, e faz, o meu dia valer à pena. 


O primeiro verso surgiu: "Sou cercado de anjos", logo em seguida uma melodia bem suave e serena, assim como a sensação de tê-las por perto. As palavras fluem, e bastou aquela mesma madrugada para que fica-se pronta.



Sou cercado de anjos

Os vejo mas não os alcanço 
Estão além da superfície de seus corpos
Muito além de desejos profanos 

Pequenas meninas

Adornam minha vida com doçura
Seus sorrisos desabam minhas estruturas
E sequestram minha atenção 

Anjos

São o que vocês são pra mim
Meninas-anjo
São o que vocês são pra mim

São o que vocês são pra mim

Meninas-anjo

As vezes

Vejo seus medos pesarem sobre as asas
Vejo a fúria de quem não enxerga nada
Pequeno brilho perdido na escuridão

Pois

Nem os anjos são perfeitos
Não existe perfeição

Minhas meninas

Vocês nasceram pra voar
Se preciso lhe ajudo a levantar
Chegada hora vou lhes alcançar

Anjos

São o que vocês são pra mim
Meninas-anjo

São o que vocês são pra mim

São o que vocês são pra mim
Meninas-anjo 

Meu simplório companheiro

25 de Janeiro de 2012, 19:30. Estendo a toalha, encosto minha roupa e meu simplório Motorola WX290 no canto pia. Chuveiro elétrico, banho quente, pensamentos a mil, e um pequenino verso surgi sem prévio aviso: 

"Não vi você, não vi você..." 

Ideia que facilmente se perde, caso você não tenha como ou onde gravar. É ai que meu "teco-teco" me quebra um galho, e dos grandes. Inseparável, quando estou compondo. E acredite, é horrível a sensação de fazer um lindo solo, um belo verso, e ele simplesmente dizimar-se em meio a sua memória.   



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Influências

Ao longo da vida, escutamos dezenas, centenas, milhares de músicas. Algumas eternizadas e nunca esquecidas, outras mergulhadas no poço do esquecimento, em meio a modismos. Cantores, guitarristas, bateristas, baixistas, compositores, grupos musicais. Influenciando de forma sutil seu jeito agir, pensar e de encarar o mundo.

A música nada mais é que expressão
Expressão levando a identificação
Identificação de quem você é 

Você é, o que você escuta. E agora lhes direi quem sou, através dos artistas que mais me influenciaram:

                                                  Renato Russo

 Em minha modesta opinião, o melhor compositor que este país já viu. Suas letras ao mesmo tempo tão rebuscadas e diretas, tão íntimas e gerais, tão perspicazes e simples. Um verdadeiro gênio, e mestre de toda uma "geração coca-cola". Parece que com o passar dos anos, suas letras tornam-se mais atuais, e sua "legião" de fãs nunca para de crescer. 


                                          Engenheiros do Hawaii

Música e qualidade. Duas palavras que escolheria para descrever este sensacional grupo, o qual foi liderado por Humberto Gessinger. O capricho no ritmo e na melodia, letras inteligentes e das mais diversas temáticas. 


                                            Roupa nova    
                                        
Músicos excepcionais, e harmonia inconfundível. Ninguém sabe falar de amor como o Roupa nova. Tive o prazer de aprender a tocar violão com suas belas canções, e de ir aos seus shows por 4 vezes. Sempre tocando o coração das pessoas com suas letras explodindo em sentimentos. 


                                                  Capital Inicial
                                                
Pular até cair, e cantar até ficar rouco. Nunca me canso de ir aos shows do Capital. Puxado pela inigualável carisma do Dinho Ouro Preto, regado a um mix de músicas novas com os velhos sucessos do "Aborto Elétrico". E claro! Incríveis músicas que não são de sua autoria, mas que melhor interpretação não existe, nem nunca existirá: "Que país é esse?", "Primeiros erros", "Mulher de fases"... É simplismente: DO CARALHO! (Como diria Dinho).

         
                                                         Cazuza
                                                     
Puts! O que falar desse cara? Um dos maiores ícones do rock nacional (ao lado de Renato). A ousadia, a rebeldia que tanto falta no rock de hoje. Letras rasgadas, sem receio, sem medo. É difícil explicar o que se sente ao ouvir "O tempo não para", "Ideologia", "Faz parte do meu show", e não é preciso. Basta escutar o que o poeta tem a lhe dizer.     


Na sombra de um dia tranquilo

Estava eu semana passada, na paradisíaca praia de Serrambi, litoral sul de Pernambuco. Olhando e admirando as imponentes paredes de corais formadas em frente à praia. Era nascer do sol, uma aurora estonteante, e somente o som das ondas afagando meus ouvidos. Uma ligação inexplicável com a natureza.

Enquanto me deleitava com a deslumbrante paisagem, comecei a divagar: "A natureza é tão forte como um deus, mas tão sensível quanto uma criança...". "O que estamos fazendo com o nossos lares, rios, mangues, florestas... ".



De tal reflexão, estão surgindo meus primeiros versos de "Na sombra de um dia tranquilo":


O mar não é mais o mesmo
O mangue está sangrando lixo 
A vida ainda persiste 
Na sombra de um dia tranquilo

O fogo consome a floresta
Um animal a se afugentar
As plantas espirram fumaça
Vida se dissolve no ar

A natureza ressurgi
Uma árvore sustenta um ninho
Que se alimenta das cinzas
Que um dia só foram vestígios

De

Pessoas cegas de pressa
Pressa pra logo chegar
Chegar onde desejam
Mas onde desejam estar?


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

As origens e o propósito

Olá, querido leitor.
Seja muito bem-vindo ao "Compondo um sonho".

Começarei como deve ser, me apresentando. 
Sou Héberton Holanda Neto (Betinho Holanda), recifence, 20 anos. 
A cerca de 3 anos atrás, descobri e comecei a desenvolver a habilidade para compor músicas.

Influenciado por um amigo, compus minha primeira melodia, e  no dia seguinte, letra e ritmo. 
Fascínio! Foi o que senti ao tocar em meu pequeno violão preto, minha primeira música, minha primeira canção.




No mesmo dia, chega um garoto de 17 anos no colégio. Cheio de entusiasmo para mostrar aos seus amigos o que havia criado na madrugada passada.

A partir de então, várias madrugadas de minha vida foram despendidas, nesse "hobby" que aprendi a amar, e me dedicar com tanto carinho.

Falar de amor, de sonhos, esperança, paixão, dor... em versos rebuscados. 
Essa, vem sendo minha paixão, que desejo através deste blog, compartilhá-la.

Como disse certa vez meu maior ídolo, Renato Russo. O artista é como uma criança que faz lindo desenho e chega pros seus pais e diz: "Papai! Mamãe! Vem ver! Fui eu que fiz!". Portanto, os elogios, logicamente, são muito bem-vindos.
Mas, também sou completamente aberto a críticas e sugestões. Por favor, não hesitem em expressá-las!

Grande abraço, e espero que gostem!