Exponho pra vocês o meu poema favorito, entre os tantos que este cidadão de Vitória de Santo Antão-PE, escreveu nos seus curtos 38 anos de existência (1909-1947).
por Henrique de Holanda
Presos nesta fita
fez bem em prendê-los
O vento, insensato,
deseja-os roubar !
Ô moça bonita
praquê tais cabelos ?
" - Pra botar extráto,
pra meu bem cheirar"
Parecem de louça
dois lagos, escólhos;
tristeza; esplendor...
não me olhe, moça!
Praquê estes olhos ?
" - Pra ver meu amor!"
Pequena! tão pouca!
"siá" moça não mente,
é ouro de lei
praquê esta boca ?
" - Pra bei... justamente
hum-rum... eu nem sei"
Saber eu preciso:
bem aqui pra nós,
baixinho, no ouvido,
praquê este riso?
Praquê esta voz?
" - Para o meu querido"
Adeus. Mas... insisto:
esta alma tão nobre
onde o céu se esconde...
... não corra! Só isto:
sú alma praquê?
A moça se encobre
e o eco responde:
" - Pra guardar você!..."
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