É noite na cidade. Os carros passam nas avenidas com seus faróis apontados para o horizonte, pedestres andam olhando de um lado para o outro, com a apreensão sufocante de quem quer logo sentir o conforto e a segurança de casa. Isso para aqueles que a tem.
Olhe! O espetáculo vexaminoso das nossas ruas está prestes a começar!
Num canto, as prostitutas ofertam seu corpo sob a pálida iluminação das lampadas incandescentes. Do outro, um podre e "xexelento" mendigo, com as vestes rasgadas, coberto por jornais, agarrado com a pinga na qual afoga suas mágoas e esperanças. Entre eles, um menino drogado escorado num beco, que vê sua infância e juventude ser-lhe tiradas pela impiedosa "Lei das Ruas".
Ande mais rápido! Ande mais rápido! Pois o silêncio da madrugada é o alerta vermelho.
E dessa tenebrosa atmosfera do caminhar nas ruas a noite, surge a mais nova composição:
Olhe para o lado pra não ser assaltado
Olhe para o outro pra não ser atropelado
Olhe na esquina o perigo temerário
Olhe para carros, condutores estressados
Olhe para o beco, pobre menino drogado
Olhe sem vergonha este patético cenário
Prostitutas ao canto
Escuridão faz seu palco
Luzes incandescentes
Contrastando no asfalto
Mendigo ao relento
Com uma pinga agarrado
Deitado na calçada
Sob o jornal do mês passado
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ResponderExcluirObrigado Vitor. Sempre um prazer, ter você por aqui.
ExcluirAbraço!