Era uma noite fatídica e sem graça, o silêncio estava rondando a casa, e a solidão já começava o corroer os nervos. Inesperadamente, uma ligação no celular quebra o compasso da monotonia, era um convite para uma festa no centro da cidade.
Depois de um breve encontro com os amigos, e as "trocas de gentileza" costumeiras, lá estávamos nós, envoltos aos jogos de luzes que irradiavam a casa de festas. Dançando no ritmo da música eletrônica, percebeu-se um olhar entre a multidão, um olhar tendencioso, mas que eu não conseguia revidar.
Meus olhos desviavam, enquanto meu corpo parecia congelar. O coração batia freneticamente, misturando pensamentos num apanhado de nervosismo e inquietação. Eu não sabia no que pensar, não conseguia agir.
Um simples "oi" eu poderia falar? Não, é como se desejos estivessem presos em um frágil e delicado relicário, que trancafiava minhas ações e silenciava minha voz. Que guardava dentro de si cartas com súplicas apaixonadas e insensatas.
Será destino ou sonho? Será que um dia o relicário de papel irá se desmanchar?
Sempre sinto o que nunca demonstro
Nunca faço, sempre me escondo
Renuncio aos meus desejos
Sempre cobertos pelo mesmo encanto
De uma suave timidez
Um olhar me encolhe o corpo
Momento crucial em desencontro
Somi confiança em meu rosto
Se pudesses ver este coração pulsando
Por uma suave timidez
There is someone
who I can give my feelings
Folded on a beautiful letter
Found between my heart and timidity
After all, i think what i've done
What i have left on the floor
Leaving hopefulness amid the flowers
Cultivating a garden among the pains
Of delicate shyness
Only the love to release the fears
To free my eyes from the tears
Oh delicate shyness
Ajoelhe-me ao conto do relicário de papel
Com escritos enviesados de paixão
Mantendo viva minha ansia de viver
Destino ou sonho?
O que preciso saber
A noite esfria
Um vulto passa
O meu silêncio
É o retrato de tudo que passei
a vida inteira procurando
O tempo conta as mentiras que inventei
O relógio marca o horário
Da minha rotina sem fim
O Sol levanta
A esperança
Iluminando
A minha sacada
Onde um dia eu pensei
Que nunca iria olhar pra baixo
Correr os riscos que um dia lembrarei
Perder o medo da altura
Quero me jogar daqui!
Sentir o vento perpassar meus cabelos
Desvendar a fórmula da loucura
E divulgar seus segredos
Sem ligar pra repercussão
Tingir o tempo
Com as cores que anseio
Fazer o mundo ter sentido
Outra vez
O que mudou?
Faltava amor
Faltava confiar no meu instinto sonhador
O que sobrou?
Sobrou a dor
De nunca ter pulado antes
Inspiração
When the sun was shining
In my open heart
The life was so pretty
With you by my side
How much innocence
did you have in your eyes?
Being happy was so easy
With you by my side
Come the clouds of memories
Starting a rain on the sky
The fields getting greener
In my dream, by your side
Would the distance
be satisfied?
You live in my smile
In my dream, everynight
Silly distance
There are no barriers for the love
You forgot they're living in my thoughts
Walking across memories by my side
The hope won't disappear from the soul
I feel like listening your voice
Resonating through the walls of my house
* Primeira letra totalmente em língua inglesa.
Determinação, garra, vontade, abdicar, superar, resistir, reagir, errar, levantar, focar, insistir, lutar.
A arte milenar que perdura através dos tempos, cravando em nossos peitos sagradas marcas de honra, ostentadas com orgulho na euforia de nossas conquistas.
Janeiro de 2010, Recife, Pernambuco.
Ansiedade toma conta, o corpo inquieta-se, e é difícil reclinar a cabeça no travesseiro para uma tranquila noite de sono. No amanhã, o resultado de todo um ano de esforço e dedicação. Era o tão esperado listão das universidades federais. Quanta agonia!
Depois de longas e solitárias tardes na biblioteca do colégio, estudando 4 horas diárias imerso a livros, revistas, exercícios, apostilas e anotações. Tudo resumido a aquele dia: a consagração ou a frustração. Um ciclo que se completa, ou um ano perdido.
E tão súbito quanto o sono chega, o despertar alerta: "É hoje, é agora!". Ainda cambaleando pela noite mal dormida, o rapaz senta-se em frente ao computador, para de forma definitiva acabar com a espera, e selar seus próximos passos. Com os dedos das mãos divididos entre a esperança e o receio, ele digita seu nome.
CLASSIFICADO. A doce palavra está bem ali escancarada diante de seus olhos. Mas ele não acredita de prontidão. Passa um minuto parado, estático, sem reação, não querendo comemorar sem a mais absoluta certeza. De repente, um mix de sorriso e choro transborda do rosto, e a recordação de todos aqueles dias de dedicação e superação logo emergem da memória.
O mérito da conquista inflama o orgulho, e ele começa a gritar ao mundo "Eu consegui!", apesar de tudo e todos, que tentaram fazê-lo parar.
Fraquejos que confessei aos anjos
Não posso transparecer
Luta que ofusca meus encantos
Vida quero vencer
Pressão da torcida ressoando pelo asfalto
Preparo contínuo, renegando o fracasso
Enxergo ao longe consequências do passado ao anoitecer
Fluxo repentino de memórias passageiras a me engrandecer
Entre escolhas e derrotas, consegui constituir minhas grandes vitórias
Armadilhas a espreita de um descuido
Injustiças a testemunhar
São testados ao extremo os meus limites
Uma jogada define !
Xeque-mate!
É a hora da verdade
Confiança!
Equalize a humildade
Doce voz!
Me liberte de meus vícios
Ao final!
Consciência sem resquícios de temor
Era uma manhã como outra qualquer. Despertador, banho, café da manhã, ônibus. E lá estava eu, em minha jornada diária a faculdade. O transporte estava cheio, e progredia a curtas arrancadas pela avenida, no compasso do vagaroso transito urbano das 7 horas.
Eu ali com a minha mochila nas costas, braços erguidos, segurando-me entre a multidão, com meu longo e fino cabelo caindo aos olhos. Olhos fixos, e despreocupados, observando paisagem por paisagem passar pelas janelas, enquanto a mente entediada, vagava, buscando aquilo que lhe pudesse ser de interesse.
Quando perto do meu destino estava, pude perceber uma linda menina escorada em uma das tantas paradas percorridas. Longos, lisos e negros cabelos cobriam suas costas até o quadril, uma pele fina e branca destacavam seus olhos de um castanho suave, que reluziam em meio a um rosto corado e bem afilado.
Com tal beleza feminina, é difícil não despertar aquele interesse imediato, quase que instintivo. Comecei a reparar em mais detalhes, e pude avistar o que parecia ser uma pequenina caixinha de chocolate enrolada num laço azul, que ocupava toda a palma de sua mão direita.
A aceleração do ônibus afastou-me a visão, mas um pensamento insurgiu diante daquele singelo detalhe. "Como é errônea a figura que as pessoas fazem dos românticos. Ser romântico não é um entregar de flores, ou ainda de uma caixa de bombons. Vai muito além. O romântico entrega-se ao amor, para se entregar ao outro. Ele não só ama sua parceira, ele ama o amor, ele ama amar. Alguns ousam dizer que os românticos são ridículos, mas ridículo é quem os ridicularizam, é quem subjulga um sentimento tão intenso, tão cheio de vida, que não se contém dentro do corpo, e que não se resume a protocolados eu te amo."
Uma lembrança, um verso solto
Um mensageiro dizendo o oposto
Com seus sentidos exauridos pelo esforço
Doce mistério intangível
Sou uma pessoa diferente, pra diferentes pessoas
Um livro desconhecido, reclinado na sua lousa
De conteúdo ambíguo, rebuscado pelo tempo
1,2,3 reescrevendo!
Sábio em assuntos alheios, leigo em meus próprios domínios
Um forasteiro errante, ludibriado por instintos
Distorcendo minha rota para a felicidade
Como me intriga
Este enigma chamado eu
Quebra-cabeça
Que não toma forma
Suas palavras
Não terão efeito
Se divergirem da
Minha opinião
Relampejos de coragem em um completo blackout
Uma fagulha entre sonhos, ideais e realidade
Trazem os ventos outrora em meio a tempestade
Dentre os vários caminhos escolho sempre o mais árduo
Porque é o que mais valoriza cada passo por mim dado
Permanecem em meus bolso passwords nunca usados
Com me intriga
Este enigma chamado eu
Quebra-cabeça
Que não toma forma
Suas palavras
Não terão efeito
Se divergirem da
Minha opinião